quinta-feira, 22 de setembro de 2011
E já dizia o Freud...
Amar, é ter medo. Todo o tempo. Freud, explica da seguinte forma : tornamo-nos dependentes porque precisamos que o outro nos devolva, diariamente, a existência. Daí o medo de o perder. O amor implica correr riscos. Ele suscita um fenómeno de vertigem, por vezes mesmo de rejeição: podemos deixar de amar porque temos medo, sabotar tudo em vez de nos entregarmos e de confiar totalmente, reduzir a importância desse amor ligando-nos a uma actividade onde tudo depende de nós. Tudo isso como forma de nos protegermos do poder exorbitante do outro sobre nós. Ou desse amor em nós.
É por isso, sublinha Freud, que Éros e Tânatos estão ligados. “Eu amo-te e destruo-te”. Eros, corresponde ao desejo de nos ligarmos amorosamente uns aos outros; Tânatos é a pulsão da morte que nos empurra a romper a ligação para que o nosso ser se mantenha poderoso. O amor empurra a sair de nós próprios, o eu do combate. Sabemos que quando amamos, algo nos sufoca.
O amor afecta o nosso ser, o nosso lugar no mundo. Poucas pessoas se dão conta disso. Encontram-se sós, e sentem-se bem nessa solidão, porque estão protegidos da pulsão da morte. Mas o amor não é um contrato de afectos: é um sentimento violento que representa perigo para ambos os lados. Um perigo que, para muitos, continua a valer a pena correr.
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